Bem-aventurado é aquele que considera o pobre; o Senhor o livrará no dia do mal. Salmos 41:1A terra, ó Senhor, está cheia da tua benignidade; ensina-me os teus estatutos. Salmos 119:64Ensina-me, Senhor, o teu caminho, e andarei na tua verdade; dispõe o meu coração para temer o teu nome. Salmos 86:10Exulta, e alegra-te, ó filha de Sião; pois eis que venho, e habitarei no meio de ti, diz o Senhor. Zacarias 2:10
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O risco da responsabilidade
ResponderExcluirO medo do risco nos paralisa.
A
parábola que Jesus nos propõe, em Mateus 25, 14-30, fala-nos do medo do
risco e da busca de seguranças. É o caso do empregado que recebeu só um
talento. O medo do risco nos paralisa e nos faz projetar uma imagem falsa de Deus:
“Senhor, sei que és um homem severo, pois colhes onde não plantaste e
ceifas onde não semeaste. Por isso, fiquei com medo e escondi o teu
talento no chão. Aqui tens o que te pertence.”
Naquele tempo,
esconder dinheiro no chão era a maneira mais segura de guardá-lo. Esse
empregado buscava segurança na luta pela justiça que provoca a vinda do
Reino. Era mais fácil e cômodo enterrar o talento do que investir.
A
parábola não fala do risco enfrentado pelos empregados que receberam
cinco e dois talentos, mas o risco existia e ainda existe. Basta que
pensemos nos desafios que a justiça do Reino de Deus proporciona aos que
lutam por ela em nossos dias.
A busca de segurança faz pensar nos
conservadores do tempo de Jesus e de hoje. No tempo de Jesus, a onda
conservadora era provocada pelos doutores da Lei e fariseus e a
“justiça” deles impedia o acesso ao Reino do Céu. E hoje, quando os
desafios da justiça são mais graves, o que ganhamos? O empregado
conservador criou uma teologia própria, fazendo de Deus um patrão cruel,
um ídolo.
E hoje? Projetamos imagens distorcidas de Deus?
Não
nos esqueçamos de que o patrão chama de “mau, preguiçoso e inútil”
àquele que, com medo do risco e buscando seguranças, enterrou parte dos
bens de Deus.
A parábola mostra a grandeza e a fragilidade de
Deus. Sua grandeza está em “entregar Seus bens” às pessoas. Nada retém
para si. Tudo o que tem é entregue. Sua fragilidade apresenta-se em
forma de risco. De fato, falando com o empregado mau e preguiçoso, dá a
entender que conhecia o modo certo de multiplicar esses bens sem a
colaboração das pessoas: “Você devia ter depositado meu dinheiro no
banco para que, na volta, eu recebesse com juros o que me pertence”. Bem
que o empregado mau poderia ter-lhe respondido: “E por que você próprio
não fez isso?” A resposta parece evidente na parábola: confiando nas
pessoas, Deus arrisca perder. Contudo, confia e entrega. Sua fragilidade
ressalta Sua grandeza.
A parábola também representa a
comunidade cristã empenhada em suas várias atividades. A distribuição
desigual dos "talentos" sublinha a diversidade de tarefas que o Senhor
entrega a cada um. Deus se serve de nós como Seus cooperadores para a
realização dos planos d'Ele. Ele age por meio de pessoas e quer que elas
correspondam generosamente às expectativas d'Ele. A vocação cristã não
deve ser um capital improdutivo, um depósito morto. É um dom que devemos
fazer frutificar com
habilidade, sabedoria e amor, tendo sempre em
vista a comunidade. É assim que colaboramos na construção do Reino de
Deus, que começa no testemunho e se concretiza definitivamente na
eternidade...